quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

DDA e DDAH ou Distúrbio do Défice de Atenção e Hiperactividade

Quando há 2 anos atrás a minha filha mais nova ingressou na escola senti os níveis normais de ansiedade que qualquer pai sente nessa circunstância. O facto de ser a 4ª vez que estava a passar por isto, e que todas as vezes foram experiências positivas deixou me mais descansada e de certo modo desprevenida. Infelizmente não foi a suave transição que esperava.

Comecei a verificar muita ansiedade e modificações comportamentais na minha filha. Anteriormente uma criança descontraida e desenvolta na fala, agora estava sempre tensa, qualquer coisa era motivo de choro, tinha medo de tudo e começou a gaguejar. As manhãs eram muito dificeis porque a minha filha chorava todos os dias a queixar-se com “dores de barriga “. Seriamente preocupada, falei com a sua professora para saber o que se passava nas aulas para a minha filha estar a reagir desta forma. A professora informou-me que a minha filha não parava quieta, não produzia trabalho, não tinha amigos, brincava sempre sozinha e apresentava comportamentos “estranhos”. 

Perguntei à professora qual era a opinião dela e o que achava que devia ser feito, ao que respondeu que com certeza ela apenas se estaria a adaptar ao novo ambiente e tudo ficaria bem. Dando o beneficio da dúvida à professora, falei com a minha filha tentando explicar-lhe que ela tinha que fazer um esforço na escola para completar os trabalhos, não disturbar as aulas e tentar brincar com as outras crianças. Sempre desejosa de nos agradar ela comprometeu-se a melhorar. Passado mais algum tempo, e com queixas quase diárias na caderneta da minha filha, perguntei à professora se ela achava que a minha filha precisava de algum acompanhamento, ao que ela respondeu que não valia a pena, e que os psicólogos apenas se limitavam a culpar os país pelos problemas dos filhos.

Com o passar do tempo e com as minhas constantes visitas à escola para saber do progresso da minha filha, deparei-me com uma professora que não só tinha rotulado a minha filha de burra, como tinha desistido simplesmente dela. Resolvi então ignorar a professora e seguir o meu primeiro instinto e consultei uma psicóloga. O diagnóstico da psicóloga foi de distúrbio de défice de atenção agravado pela ansiedade em relação à escola. A minha filha passou a ser acompanhada semanalmente e comecei a reparar em pequens diferenças em casa. No entanto, na escola, a minha filha não demonstrava melhoras, com a agravante de ter de lidar com a hostilidade de uma professora contrariada e a sentir a sua autoridade ameaçada.

 O final do ano aproximava-se e a professora informou-me que a minha filha iria reprovar o ano, apesar do plano de recuperação que foi aplicado. Chocada, perguntei em termos concretos o que é tinha sido feito na sala de aula da minha filha para a ajudar a recuperar. Além de aulas de estudo acompanhado nada tinha sido feito. Informei a psicóloga da sítuação, e, preocupada que a reprovação piorasse a já muito baixa auto-estima dela, resolveu marcar uma reunião com a professora e a directora da escola.

 Nessa reunião foi estabelecido que a minha filha iria reprovar não por não saber a matéria mas por não produzir material suficiente para ser avaliada. Foram apresentadas, pela psicóloga, estratégias para ajudar a minha filha a produzir mais na sala de aula, e a todas elas a professora, com o apoio da directora, disse não ser possível. Na sua opinião era melhor a minha filha ter o acompanhamento de uma pedopsiquiatra, apesar de já estar a ser acompanhada por uma psicóloga muito experiente e competente, e sugiriu medicar a minha filha visto que havia alguns alunos na sua turma que estavam a ter bons resultados com medicação. A psicologa informou a professora e a directora que não era a nossa intenção medicar criança sem primeiro esgotar todos os outros meios, e não aceitaríamos a reprovação dela por falta de trabalho apresentado, e que era a nossa intenção retirarmos a nossa filha dessa escola no final do ano lectivo. Depois de concluida a reunião, a psicologa contactou-nos a informar-nos do que se tinha passado e foi aí o começo de uma grande revelação para nós.

 Decidimos investigar tudo que podiamos acerca de DDA eDDAH e fazer tudo que estivesse ao nosso alcance para saber as causas e possíveis tratamentos alternativos para a nossa filha. Fiquei horrorizada com algumas coisas que descobri e muito animada e esperançosa com outras. Depois de muito trabalho de investigação decidimos tratar a nossa filha com uma combinação de suplementos dieta e exercício físico. Alguns familiares e amigos torceram o nariz e até sugeriram que estavamos a ser teimosos e irresponsáveis, mas não recuamos.

 Começámos a notar diferenças nela logo a partir da 1ª semana do tratamento. Eu quase nem queria acreditar com medo de fosse uma coisa passageira. Continuamos a fazer o tratamento e a incorporar mais algumas coisas na nossa rotina diária que entretanto experimentámos e que deram resulado. Ela também se sentia fisicamente melhor e alguns pequenos problemas de saúde desapareceram. Estamos muito felizes por ter arranjado uma alternativa para a nossa filha que não tenha envolvido drogas.

A nossa filha é inteligente, corajosa, meiga e muito trabalhadora e não tem culpa de não encaixar nos moldes de ensino que são exigidos às nossas crianças. Pedi desculpa à minha filha por não ter percebido mais cedo que ela fez sempre o melhor que pôde - o melhor dela apenas não serve para os moldes da população em geral. Os nossos filhos são individuais e únicos, não são seres de produção em massa. Mas a diferença, seja ela qual for, continua a não ser aceite pela maioria das pessoas, pela simples razão de ser um incómodo. A solução mais comun para este incomodo é a medicação. Eu não estou a dizer que a medicação não tem o seu lugar no tratamento destas crianças, mas também não deve ser, na minha opinião, a primeira nem a única solução. 

 Estes medicamentos tem efeitos secundários potencialmente muito graves e é necessário pensar se vale a pena correr estes riscos com um tratamento que se foca nos sintomas e não o problema em si. Todos os medicamentos, principalmente os estimulantes - que alteram a quimica do cérebro - não devem ser tomados com a leviandade a que estamos a assistir hoje em dia. As nossas crianças dependem de nós para tomar decisões ponderadas e informadas em beneficio delas e não por conveniência ou convenção. Se é pai de uma destas crianças e tomou a decisão de a medicar, óptimo! O importante é que a decisão que tomou foi feita de uma forma informada e tranquila, e não porque alguém lhe disse que era o melhor para o seu filho.

Informação é poder, e é importante que os país se informem sobre tudo que se pode fazer para ajudar os seus filhos a superar as suas dificuladades, incluíndo medicinas alternativas, dieta, suplementos, exercicio físico, antes de recorrerem a medicamentos. Nós somos inteiramente responsáveis pela nossa saúde, não nos devemos despir dessa responsabilidade e entregá-la nas mãos seja de quem for. Temos o dever de tomar as nossas decisões de uma forma responsável esclarecida e confiante. Se eu tivesse tido mais confiança na minha percepção do problema da minha filha, ela não teria sofrido o que sofreu.

 Presentemente, frequenta uma escola nova e está tudo a correr muito bem. Acabaram-se as dores de barriga de manhã e as entradas constantes a vermelho na sua caderneta. Ela é muito mais feliz e sente que tem algum controlo sobre a sua vida . A sua auto-estima aumentou significativamente , quase não gagueja e já tem muitas amiguinhas. A professora actual tem ajudado bastante dando-lhe reforço positivo e implementando algumas técnicas de ensino que a ajudam nas suas tarefas. Parece outra criança! E quando no final do primeiro periodo falei com a professora e ela disse que a minha filha estava a terminar os trabalhos, já se aguentava quieta durante as aulas e demonstrava mais interesse eu quase chorei de alegria. É claro que ainda tem um longo caminho a percorrer mas ela sabe que nós, a sua familia, estamos do lado dela, e que a vamos ajudá-la e apoiá-la em tudo que ela precisar, mesmo que seja contra tudo e contra todos, SEMPRE.

Este meu relato é simplesmente a nossa aventura, a nossa experiencia, a nossa conquista, e a nossa opinião, e nada mais. Só quis partilhá-lo porque ao longo desta caminhada senti sempre a necessidade de trocar ideas com alguém que partilhasse a minha filosofia. Não tive essa possibilidade. Tambem a nível de investigação deparei-me com uma grande lacuna de informação sobre alternativas à medicação na língua portuguesa. Com o devido respeito pelas associações e web sites em português dedicadas a este assunto, que fazem um trabalho louvável, simplesmente não tinham as respostas que eu procurava. Consegui encontrá-las, e como para mim funcionaram resolvi partilhá-las de forma que qualquer pessoa interessada pudesse usufruir. Vou continuar sempre a colocar neste blog tudo que achar fiável e pertinente a este assunto. Faço-o para mim, para quem procura respostas, mas principalmente pela minha filha e todas as crianças como ela que são incompreendidas e merecem melhor.

 As nossas crianças são espectaculares, criativas e muitas até tem inteligência acima da média! Não deixem que rotulem os vossos filhos! Um abraço para todos país de crianças com DDA e DDAH.

Aqui vai uma lista de pessoas famosas que foram diagnosticadas com DDA e/ou DDAH ou que apresentavam os sintomas.


Albert Einstein
Galileo
Mozart
Wright Brothers
Leonardo da Vinci
Cher
Bruce Jenner
Tom Cruise
Charles Schwab
Henry Winkler
Danny Glover
Walt Disney
John Lennon
Greg Louganis
Winston Churchill
Henry Ford
Stephen Hawkings
Jules Verne
Alexander Graham Bell
Woodrow Wilson
Hans Christian Anderson
Nelson Rockefeller

Thomas Edison
Gen. George Patton
Agatha Christie
John F. Kennedy
Whoopi Goldberg
Rodin
Thomas Thoreau
David H. Murdock
Dustin Hoffman
Pete Rose
Russell White
Jason Kidd
Russell Varian
Robin Williams
Louis Pasteur
Werner von Braun
Dwight D. Eisenhower
Robert Kennedy
Luci Baines Johnson Nugent
George Bernard Shaw

Gen. Westmoreland
Eddie Rickenbacker
Gregory Boyington
Harry Belafonte
F. Scott Fitzgerald
Mariel Hemingway
Steve McQueen
George C. Scott
Tom Smothers
Suzanne Somers
Lindsay Wagner
Prince Charles
Beethoven
Carl Lewis
Jackie Stewart
"Magic" Johnson
Weyerhauser family
Wrigley
John Corcoran
Sylvester Stallone