Quando há 2 anos atrás a minha filha mais nova ingressou na escola senti os níveis normais de ansiedade que qualquer pai sente nessa circunstância. O facto de ser a 4ª vez que estava a passar por isto, e que todas as vezes foram experiências positivas deixou me mais descansada e de certo modo desprevenida. Infelizmente não foi a suave transição que esperava.
Comecei a verificar muita ansiedade e modificações comportamentais na minha filha. Anteriormente uma criança descontraida e desenvolta na fala, agora estava sempre tensa, qualquer coisa era motivo de choro, tinha medo de tudo e começou a gaguejar. As manhãs eram muito dificeis porque a minha filha chorava todos os dias a queixar-se com “dores de barriga “. Seriamente preocupada, falei com a sua professora para saber o que se passava nas aulas para a minha filha estar a reagir desta forma. A professora informou-me que a minha filha não parava quieta, não produzia trabalho, não tinha amigos, brincava sempre sozinha e apresentava comportamentos “estranhos”.
Perguntei à professora qual era a opinião dela e o que achava que devia ser feito, ao que respondeu que com certeza ela apenas se estaria a adaptar ao novo ambiente e tudo ficaria bem. Dando o beneficio da dúvida à professora, falei com a minha filha tentando explicar-lhe que ela tinha que fazer um esforço na escola para completar os trabalhos, não disturbar as aulas e tentar brincar com as outras crianças. Sempre desejosa de nos agradar ela comprometeu-se a melhorar. Passado mais algum tempo, e com queixas quase diárias na caderneta da minha filha, perguntei à professora se ela achava que a minha filha precisava de algum acompanhamento, ao que ela respondeu que não valia a pena, e que os psicólogos apenas se limitavam a culpar os país pelos problemas dos filhos.
Com o passar do tempo e com as minhas constantes visitas à escola para saber do progresso da minha filha, deparei-me com uma professora que não só tinha rotulado a minha filha de burra, como tinha desistido simplesmente dela. Resolvi então ignorar a professora e seguir o meu primeiro instinto e consultei uma psicóloga. O diagnóstico da psicóloga foi de distúrbio de défice de atenção agravado pela ansiedade em relação à escola. A minha filha passou a ser acompanhada semanalmente e comecei a reparar em pequens diferenças em casa. No entanto, na escola, a minha filha não demonstrava melhoras, com a agravante de ter de lidar com a hostilidade de uma professora contrariada e a sentir a sua autoridade ameaçada.
O final do ano aproximava-se e a professora informou-me que a minha filha iria reprovar o ano, apesar do plano de recuperação que foi aplicado. Chocada, perguntei em termos concretos o que é tinha sido feito na sala de aula da minha filha para a ajudar a recuperar. Além de aulas de estudo acompanhado nada tinha sido feito. Informei a psicóloga da sítuação, e, preocupada que a reprovação piorasse a já muito baixa auto-estima dela, resolveu marcar uma reunião com a professora e a directora da escola.
Nessa reunião foi estabelecido que a minha filha iria reprovar não por não saber a matéria mas por não produzir material suficiente para ser avaliada. Foram apresentadas, pela psicóloga, estratégias para ajudar a minha filha a produzir mais na sala de aula, e a todas elas a professora, com o apoio da directora, disse não ser possível. Na sua opinião era melhor a minha filha ter o acompanhamento de uma pedopsiquiatra, apesar de já estar a ser acompanhada por uma psicóloga muito experiente e competente, e sugiriu medicar a minha filha visto que havia alguns alunos na sua turma que estavam a ter bons resultados com medicação. A psicologa informou a professora e a directora que não era a nossa intenção medicar criança sem primeiro esgotar todos os outros meios, e não aceitaríamos a reprovação dela por falta de trabalho apresentado, e que era a nossa intenção retirarmos a nossa filha dessa escola no final do ano lectivo. Depois de concluida a reunião, a psicologa contactou-nos a informar-nos do que se tinha passado e foi aí o começo de uma grande revelação para nós.
Decidimos investigar tudo que podiamos acerca de DDA eDDAH e fazer tudo que estivesse ao nosso alcance para saber as causas e possíveis tratamentos alternativos para a nossa filha. Fiquei horrorizada com algumas coisas que descobri e muito animada e esperançosa com outras. Depois de muito trabalho de investigação decidimos tratar a nossa filha com uma combinação de suplementos dieta e exercício físico. Alguns familiares e amigos torceram o nariz e até sugeriram que estavamos a ser teimosos e irresponsáveis, mas não recuamos.
Começámos a notar diferenças nela logo a partir da 1ª semana do tratamento. Eu quase nem queria acreditar com medo de fosse uma coisa passageira. Continuamos a fazer o tratamento e a incorporar mais algumas coisas na nossa rotina diária que entretanto experimentámos e que deram resulado. Ela também se sentia fisicamente melhor e alguns pequenos problemas de saúde desapareceram. Estamos muito felizes por ter arranjado uma alternativa para a nossa filha que não tenha envolvido drogas.
A nossa filha é inteligente, corajosa, meiga e muito trabalhadora e não tem culpa de não encaixar nos moldes de ensino que são exigidos às nossas crianças. Pedi desculpa à minha filha por não ter percebido mais cedo que ela fez sempre o melhor que pôde - o melhor dela apenas não serve para os moldes da população em geral. Os nossos filhos são individuais e únicos, não são seres de produção em massa. Mas a diferença, seja ela qual for, continua a não ser aceite pela maioria das pessoas, pela simples razão de ser um incómodo. A solução mais comun para este incomodo é a medicação. Eu não estou a dizer que a medicação não tem o seu lugar no tratamento destas crianças, mas também não deve ser, na minha opinião, a primeira nem a única solução.
Estes medicamentos tem efeitos secundários potencialmente muito graves e é necessário pensar se vale a pena correr estes riscos com um tratamento que se foca nos sintomas e não o problema em si. Todos os medicamentos, principalmente os estimulantes - que alteram a quimica do cérebro - não devem ser tomados com a leviandade a que estamos a assistir hoje em dia. As nossas crianças dependem de nós para tomar decisões ponderadas e informadas em beneficio delas e não por conveniência ou convenção. Se é pai de uma destas crianças e tomou a decisão de a medicar, óptimo! O importante é que a decisão que tomou foi feita de uma forma informada e tranquila, e não porque alguém lhe disse que era o melhor para o seu filho.
Informação é poder, e é importante que os país se informem sobre tudo que se pode fazer para ajudar os seus filhos a superar as suas dificuladades, incluíndo medicinas alternativas, dieta, suplementos, exercicio físico, antes de recorrerem a medicamentos. Nós somos inteiramente responsáveis pela nossa saúde, não nos devemos despir dessa responsabilidade e entregá-la nas mãos seja de quem for. Temos o dever de tomar as nossas decisões de uma forma responsável esclarecida e confiante. Se eu tivesse tido mais confiança na minha percepção do problema da minha filha, ela não teria sofrido o que sofreu.
Presentemente, frequenta uma escola nova e está tudo a correr muito bem. Acabaram-se as dores de barriga de manhã e as entradas constantes a vermelho na sua caderneta. Ela é muito mais feliz e sente que tem algum controlo sobre a sua vida . A sua auto-estima aumentou significativamente , quase não gagueja e já tem muitas amiguinhas. A professora actual tem ajudado bastante dando-lhe reforço positivo e implementando algumas técnicas de ensino que a ajudam nas suas tarefas. Parece outra criança! E quando no final do primeiro periodo falei com a professora e ela disse que a minha filha estava a terminar os trabalhos, já se aguentava quieta durante as aulas e demonstrava mais interesse eu quase chorei de alegria. É claro que ainda tem um longo caminho a percorrer mas ela sabe que nós, a sua familia, estamos do lado dela, e que a vamos ajudá-la e apoiá-la em tudo que ela precisar, mesmo que seja contra tudo e contra todos, SEMPRE.
Este meu relato é simplesmente a nossa aventura, a nossa experiencia, a nossa conquista, e a nossa opinião, e nada mais. Só quis partilhá-lo porque ao longo desta caminhada senti sempre a necessidade de trocar ideas com alguém que partilhasse a minha filosofia. Não tive essa possibilidade. Tambem a nível de investigação deparei-me com uma grande lacuna de informação sobre alternativas à medicação na língua portuguesa. Com o devido respeito pelas associações e web sites em português dedicadas a este assunto, que fazem um trabalho louvável, simplesmente não tinham as respostas que eu procurava. Consegui encontrá-las, e como para mim funcionaram resolvi partilhá-las de forma que qualquer pessoa interessada pudesse usufruir. Vou continuar sempre a colocar neste blog tudo que achar fiável e pertinente a este assunto. Faço-o para mim, para quem procura respostas, mas principalmente pela minha filha e todas as crianças como ela que são incompreendidas e merecem melhor.
As nossas crianças são espectaculares, criativas e muitas até tem inteligência acima da média! Não deixem que rotulem os vossos filhos! Um abraço para todos país de crianças com DDA e DDAH.
Aqui vai uma lista de pessoas famosas que foram diagnosticadas com DDA e/ou DDAH ou que apresentavam os sintomas.
Albert Einstein | Thomas Edison | Gen. Westmoreland |
Primeiro , parabéns !!!!
ResponderEliminarSou mãe de um menino lindo que tem DDA,com os mesmos problemas que toda a criança com DDA tem, porém é tão ou melhor que qualquer outro , meu filho tem 5 anos e lembra de coisas que acoteceram a 3 anos e conta como se fosse ontém , porém não sabe os números me portugues mas em ingles ele sabe, reconhece atore de filmes e conta o filme todo seja qual for so começo ao fim vendo somente uma vez.Bem esse é o meu filho maravilhoso que tem DDA. Beijos e boa sorte para´NÓS PAIS DE CRIANÇAS COM DDA.
A minha filha tem 8 anos e foi detectado DDA esclareça-me com casos concretos quando refere "medicinas alternativas, dieta, suplementos e exercicio físico"
ResponderEliminartenho um afilhado, que tem 4 anos, foi detectado com DDA...queri saber se el pode entra numa escola qualquer ou tem que ser numa escola especial.El quase nao fala..tem problemas em andar..(anda so com a ponta dos pes..o medico disse que algum nervo do cerebro esta a afectar o andar..)Por favor..para qualquer esclaracimento..deixo a minha adr de email.cds2577@yahoo.com Muio obrigada
ResponderEliminarTenho um filho de quase 9 anos muito inteligente que tem DDAH, hj ele faz acompanhamento com neuropediatra e toma medicação, mas isso não nos tranquiliza, quero sugestões de metodos naturais.adri.aurea@hotmail.com Muito obrigada.
ResponderEliminarA meu filho tem 9 anos e foi detectado DDA esclareça-me com casos concretos quando refere "medicinas alternativas, dieta, suplementos e exercicio físico"
ResponderEliminarMentira, o processo de importação deMatéria-prima pra medicamentos de uso essencial e` devidamente regulamentado.
ResponderEliminarPoderia citar todas as regulamentações nacionais mas vou só dar um breve exemplo.
Lei 6437/77
XXXIX - interromper, suspender ou reduzir, sem justa causa, a produção ou distribuição de medicamentos de tarja vermelha, de uso continuado ou essencial à saúde do indivíduo, ou de tarja preta, provocando o desabastecimento do mercado:
pena - advertência, interdição total ou parcial do estabelecimento, cancelamento do registro do produto, cancelamento de autorização para funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento e/ou multa; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
XL - deixar de comunicar ao órgão de vigilância sanitária do Ministério da Saúde a interrupção, suspensão ou redução da fabricação ou da distribuição dos medicamentos referidos no inciso XXXIX:
pena - advertência, interdição total ou parcial do estabelecimento, cancelamento do registro do produto, cancelamento de autorização para funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento e/ou multa;
Pois bem, NOVARTIS explica pra mim direitinho quais seus motivos.
Fico pensando se não cabe Dano Moral. Afinal Ritalina LA não falta. A empresa não tomou ações para resolver o problema do Consumidor,maior desconto na LA.
precisamos de ajuda !ritalina está em falta em todas as farmacias !temos que se unir!
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